O amor não existe.
E em um belo dia, eu me vi gritando “PUTA QUE PARIU” no meio da sala, porque eu sabia que estava apaixonada pelo garoto que senta do outro lado da sala e anda parecendo um gato. Afinal, ele é o gato. Aquele velho gato que nem se deu o trabalho de pedir para entrar na minha vida, só veio e se aconchegou no meu peito, fez com que as minhas manhãs se tornassem mais leves, cheias de borboletas que voam ao som de R U Mine?
Estar apaixonada nessa fase da minha vida é saber que eu finalmente compreendi alguns conceitos. Eu não quero o gato para mim, amor não é isso. Eu quero que ele seja ele e viva assim. Mas ao mesmo tempo tenho vontade de compartilhar meus desejos, sonhos e aflições com ele. Tenho vontade de deitar e conversar sobre o universo em que vivemos e teorias quânticas filosóficas. Eu não o quero para mim, mas quero algum dia juntar nossos caminhos individuais para compartilharmos.
Eu não sei muito bem o que é amor, por isso acho que não o sinto. Mas entendo que ele não tem nada a ver com posse. Amor não é para ser raso. Amor é liberdade e hoje nós não somos livres. O amor não existe. Paixão sim, essa existe e insiste em me fazer pensar no gato todos os dias. Me faz querer pensar em amor, mas não acredito que o ame, não tenho tanta capacidade para isso.
Gato…
Tu és minha paixão?
Ou tu já és meu amor?
Autora: Maria Clara A. Matos
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