Um relato sobre ansiedade...
O mundo se fecha sobre mim. Não existe ar em meus pulmões. A boca seca. O coração tremendo. O mundo vai cair. Eu tenho certeza. Tudo passa muito rápido. As paredes estão se fechando em mim. Barulhos se tornam mais altos. As lágrimas descem correndo. Meu estômago não possui mais nada em seu interior. Meus olhos já não focam. Minhas pernas não andam. O mundo não parece estar em órbita. Não sei quem sou.
Não saber quem sou nessas horas é o pior. Pois nunca saberei o que fazer. É como se eu não sentisse nada. Como se saísse de mim. Não dói. Desespera. Dá angústia. Treme. É rápido, um turbilhão de tudo que tenho medo. Um turbilhão do fim, me levando à ruína, a falta do que sentir em relação a vida.
Não sinto nada. Não consigo levantar da cama. Não consigo me expressar como queria. Não saio do lugar. Não consigo sentir vontade de estar aqui. A vida me faz querer morrer. Não vejo cor. É tudo cinza. Apocalíptico. É o fim. É uma dor que não se sente. É uma sensação de impotência. É uma sensação do fim. A morte em vida. A desistência.
O fim.
O acúmulo de medo.
Tudo parece ser maior. Tudo vai cair e eu não sei me segurar. Tudo vai acontecer e eu não sei dormir. Tudo parece tremer, ou sou eu que estou tremendo? O mundo parece não me caber. Parece não me querer.
Não existe ar em meus pulmões. O mundo fechou em mim. A boca está vermelha. O coração correu uma maratona. O mundo caiu.
O mundo caiu.
O fim.
Texto: Maria Clara A. Matos.
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