Ei, flor!
Ei, flor!
Quem escreve este texto sou eu, Clara. A outra não me deixa falar. Vim para te dizer que sinto muito. Vim para te dizer que quando tudo isso acabar, se for de tua vontade, saciarei o que sempre quis. Vim para te dizer que Apolo cala a boca de Dionísio, mas sou que eu falo agora. Vim para te avisar que não estás sozinha.
Você sabia que quando sorri nada mais passa na minha cabeça? Você sabia que todas as vezes que me abraça eu sinto que tudo vai passar? Com você, tudo está certo, mesmo não estando. Te conheci na sua melhor versão. Você me conheceu na mais confusa. E ainda assim, somos paz.
Tive que lhe escrever, tu sabes que não sou dessas coisas, isso faz parte da essência de outra pessoa, mas tudo isso estava me matando. Meus sentimentos são grandes, confusos, mas verdadeiros. Há muito não me sentia assim. Há muito não pensava em alguém como penso em você.
Nesses últimos dias, venho pensando como seria caminhar até você e a beijar, sem pensar em o que dizer para as pessoas. Sem poder te ver, me atenho às nossas últimas lembranças juntas, tu sempre me dando aquele abraço e me olhando com os olhos tão corretos. Tu és aquela flor mágica da Rapunzel. Eu sou a flor mágica do castelo da Fera. Ambas esperando para serem colhidas.
Meu bem, já tenho que ir. Não consigo falar muito. A outra já toma conta de mim. Perdão por não dar a ela coragem, minha voz é silenciada sempre que tento falar...
Abraços (com muita saudade),
Clara Alves.
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