Tão nova...

 Tão nova,

E já sente uma culpa,

Que não é dela.


Tão nova,

E ouviu que era assassina.


Tão nova,

Mas verificaram

A veracidade dos fatos.


Tão nova,

Mas já sente essa dor.


Tão nova,

E já se viu sufocada.


Tão nova,

E já quis fugir.


Tão nova,

E a xingaram.

"Cadela no cio"…



Até quando?



Até quando,

Essa dor vai existir?


Até quando,

Ele vai estar em suas memórias?


Até quando,

Vou ter medo.



Até quando…



Era para ela estar brincando,

Mas você tirou isso dela.


Tão nova…

Tinha dez,

Seis,

Sete,

Oito,

Cinco,

Dois,

Um,

Quatorze,

Dezenove,

Trinta,

Noventa.


Todas estupradas,

E tantas outras

Que não sabemos.


Por que nos calamos?


Medo.

Eles não vão acreditar.

Vão me culpar.

Vão querer justificar.

Vão defendê-lo.


Tão novas,

Mas não estamos sozinhas.


Autora: Maria C. A. Matos.






Comentários

Postagens mais visitadas