Adeus...
SÁBADO, 01:34am.
Não posso te mandar essa mensagem. É madrugada e você nem perceberia que se trata de um texto de despedida, mas quando abrisse, perceberia que já fui embora. Porém não consigo guardar tudo isso aqui dentro e eu pensei muito antes de tomar essa decisão.
Então…
Não me procure mais. Essa história vai e volta; vai, fica e volta; volta, volta e volta; vai, vai e volta. Nessas idas, ficadas e voltadas muitas partes de mim foram descobertas, muitas partes esquecidas, ignoradas. Eu não sou a mesma de tantos anos atrás. Assim como você também não é.
Dessa última vez eu sabia que seria a última, mesmo sem aviso prévio. Dessa última vez me senti um objeto. Dessa última vez te olhei como nunca olhara, sem sentimentos. Não queria isso para nós, mas nós dois somos passado. Um passado que era lindo quando éramos mais novos. Mas agora o passado não consegue virar presente e é melhor assim.
Eu já havia me despedido naquele dia que tu me obrigaste a sentir algo que eu não queria. Eu já havia dito que essa história não dava pé para nós, mas você insistiu. E quando esse último ato se encerrou eu percebi o porquê de sua insistência: tu querias apagar outra pessoa da sua memória. Nós sempre dizíamos que essa história viraria um livro com um final feliz e que seria como nos filmes, mas eu não estou disposta a nada disso com você. Doeu muito essa última vez, mas não consigo te dizer diretamente, você não ligaria. Após me usar como boneca sem valor algum, eu só sinto que isso deve acabar logo, se é que já não acabou.
Adeus, a você. Adeus, a todos esses anos conversando no quintal, na praça, na calçada, no shopping, no carro, no churrasco, na exposição, no réveillon, no natal. Adeus aos costumes. Adeus ao teu ciúme. Adeus ao teu preconceito. Adeus ao teu beijo nem tão bom. Adeus a ti que não fez questão de ficar e falar.
Adeus…
Autora: Maria C. A. Matos.
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