Aquele Sonho...

Acordo e pareço não saber aonde estou. Olho para os lados e você não está ali como eu havia sonhado. Te procuro em todos os lugares e você não está ali, como eu queria que estivesse... 

Naquele sonho rápido, tu me abraçou e foi tudo o que eu queria. Naquele sonho o gato já não era indiferente. Naquele sonho ele me olhava e eu sabia o que o seu olhar queria dizer. Naquele sonho ele não parecia impossível. Vê se pode, ele não ser impossível? 

No fundo a maior razão por eu ter me apaixonado pelo gato é por quê ele é impossível. Tenho toda a certeza de que seria um choque no universo o dia em que ele decidisse vir falar comigo, pois gatos são assim, não se pode ir até eles, eles que vem até você. Esse gato me confunde mesmo em minhas certezas. Esse gato me faz querer olhar seus olhos azuis a fundo e mergulhar no que quer que esteja lá.

O gato, que a princípio parecia não dar a mínima, agora começa a me fitar também, de uma maneira mais discreta do que a minha, claro. Quando o olho de canto de olho e percebo aquele olhar em mim, meu corpo sente a necessidade de se comportar como se não estivesse percebendo, porém meu corpo não sabe ser discreto, o que faz com que o gato saiba que sinto o seu olhar.

Todo aquele sonho me fez querer não acordar, ele me fazia carícias e conversava sobre a vida e o quanto ele não liga muito para ela. No sonho ele me fitava e eu tinha a certeza dos seus sentimentos. Ele não era como é. Será que me apaixonei pelo gato dos sonhos? Ou será que ele pode ser assim?

Gato, gato, só queria que você parasse de me dar certezas incertas...

Autora: Maria Clara Alves Matos


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