Para quando tu transbordar...
Somos todos sentimentos,
Que se misturam.
E, no fim,
Transbordam.
Transbordamos,
Transparecemos a quem merece.
Sentimos,
Choramos,
Sorrimos,
Gritamos,
Transbordamos.
E quando o há feito
Nossas águas se misturam,
Nossos olhos marejam,
Nossos corpos falam.
Só basta um olhar
Para tudo inundar.
Só basta uma palavra,
Para tudo encher.
Só basta um gesto,
Para que tudo transborde.
E quando o há feito,
Um barco de papel flutua
Sobre as águas,
Entendendo que ali é o ponto
Em que podemos sentir
E deixar o outro inundar,
Sem que palavra nenhuma
Seja dita.
É necessário que ocorra,
É imprescindível que sintamos,
Se não o fizermos,
Explodiramos,
Nos quebraremos em mil pedaços,
À procura do que não quisemos sentir.
Sinto demais,
A intensidade de minhas
Enxurradas,
Que, no fim,
Se tornam
Um rio de palavras,
Um conjunto difuso,
Do que há dentro de mim.
E quando não restarem palavras,
O barco flutuará
Para falar
O que não foi dito.
Autora: Maria Clara A. Matos
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