Tuas teias.
00:00am
Passo com olhos abertos,
Fitados no teto,
À procura de tuas teias.
Tudo escuro,
Mas consigo ver,
Que lá em cima,
Hão resquícios de você.
Me dói,
O genérico,
O que não é original.
A ideia que tens de mim,
Da dor,
De tu.
Tuas teias se emaranham
Sob meu corpo,
Se unem a mim,
Me sugam.
01:00am
Tu não estás aqui.
A teia é maior,
Pesada.
Pesa,
No meu ser,
No meu coração.
O envolve,
O proíbe de sentir.
Sinto mais do que deveria.
02:00am
Não consigo dormir.
Tu estás aqui,
Respirando,
Dizendo que me ama.
Como?
Você se foi há tanto tempo.
Mas ainda está aqui,
E tudo isso dói.
Tuas teias,
Me prendem
Aqui.
Parada,
Sentindo tu
Ir.
03:00am
Insônia.
Esses demônios
Que não se vão.
Angústia.
Tuas teias.
Sufocada.
As lágrimas
Caem,
Sem expectador.
O corpo
Treme,
Sem controle.
As ideias
Confundem,
Sem sentir.
Tu eras, também,
Uma pequena caixa,
Com meus segredos.
Tu se foi,
Só me resta
Lembrar,
Sonhar.
Doeu,
Dói,
Muito.
Não sei dizer
Adeus.
Então,
.
.
Autora: Maria Clara Matos.
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